Sim senhor, farei isso agora mesmo"; "O senhor é quem manda chefe"; "Tomara que o pneu dele murche no final do expediente". Apesar dessas frases terem sido criadas nesse instante, a probabilidade de que tenham sido ditas milhares de vezes, como resultado da relação líder-liderado, é de 100%. Quem não teve um superior capaz de causar uma azia, uma forte dor de cabeça semelhante a marteladas, provavelmente já ouviu alguém comentar que está a ponto de pedir demissão, porque não suporta mais conviver com os abusos de poder do chefe.
Infelizmente, ainda são comuns os casos de gestores que lidam com as equipes através do autoritarismo, da repressão e do abuso de poder, tudo em nome de alimentar o egocentrismo e alcançar metas estabelecidas pela organização. No entanto, se esses "líderes" oferecem resultados para a empresa, cedo ou tarde surgirão reflexos inevitáveis: pedidos de demissão, afastamentos por licença médica, presenteísmo, queda acentuada de desempenho e de uma forma geral, profissionais trabalhando com alto grau de estresse.
Liderança vai além. Exige sangue, suor, lágrimas, dedicação, estratégia, vocação, equilíbrio, transparência e, acima de tudo, predisposição para lidar com gente difícil, invejosa, sem muita noção, com muita noção, insegura, melindrosa, insubordinada, maldosa e coitadinha. Com um pouco de sorte, pode-se encontrar boas pessoas nas equipes também, dispostas a aprender, contribuir e fazer parte do time em vez de querer puxar o seu tapete.
De acordo com estudos realizados por Robert Goffe e Gareth Jones, da Harvard Business School, os quatro mitos mais populares sobre liderança já foram derrubados: (1) nem todas as pessoas podem ser líderes; (2) líderes nem sempre levam a resultados; (3) pessoas que chegam ao topo não são, necessariamente, líderes e, por fim, (4) líderes nem sempre são grandes coaches (bons condutores de equipes). As condições que favorecem a liderança podem ser as mais inexplicáveis possíveis.
De fato, ninguém nasce líder e nem todos aspiram à liderança. Se todos os líderes levassem a resultados positivos, o mundo seria diferente. Além do mais, existem aqueles elevados à condição de liderança mediante conchavos, arranjos de toda ordem e apadrinhamentos, mas esse jogo faz parte do mundo dos negócios e do mundo político e pouco se pode fazer contra ele. Nesse sentido, você deve resistir a qualquer tipo de sacanagem e partir para a conquista efetiva da liderança se quiser registrar o seu nome na história.
Por esses e outros motivos, a liderança também é cíclica. A cabeça dos líderes pode rolar de acordo com o humor dos acionistas, a insatisfação da própria equipe, a conspiração silenciosa dos demais líderes e a própria falta de adaptação do líder ao cargo. Por outro lado, alguns líderes tiranos e prepotentes tendem a se sustentar no cargo com a obtenção de resultados favoráveis seguidos, alcançados mediante coerção, ameaças, jogo sujo e um pouco de sorte.
*Leciona Sociologia no JBC.
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